Wandinha Addams e o poder da autenticidade

Wandinha Addams e o poder da autenticidade

O que podemos aprender com a autenticidade de Wandinha, nossa bruxa gótica favorita?


Meninas e mulheres aprenderam que o amor romântico é o final feliz feminino.


Para serem amadas, elas precisam – e devem – cumprir vários requisitos.
Elas precisam ser boazinhas, fofas, femininas, submissas, fáceis de lidar.

Dizer não é ser “mal educada”, discordar é “desagradável”, impor seus limites é “ser difícil”, ter confiança te faz “metida”.

As mulheres que não seguem essas regras serão castigadas com a solidão.

É revigorante ver uma protagonista que não reforça nenhuma delas na lista das top 3 séries mais populares da Netflix.

Wandinha não é e nem se esforça para ser boazinha.

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Competitividade, ambição e confiança são traços gritantes da sua personalidade.


Ela não gosta de abraços, diz não com naturalidade, adora a solidão, questiona figuras de autoridade e segue os próprios instintos, mesmo quando tentam manipulá-la para que pareça louca.

Wandinha sustenta quem ela é e o que ela gosta, sem pedir desculpa ou licença, mesmo quando isso incomoda os outros.

A autenticidade não é uma característica verdadeiramente incentivada em meninas e mulheres.
Mesmo quando são elogiadas por ela, isso costuma ser feito a partir de um olhar masculino.

Não é o caso de Wandinha, que constantemente decepciona expectativas alheias e diz não para pessoas que inicialmente estranham – e depois passam a respeitá-la por isso.


Então, o que podemos aprender com a autenticidade de Wandinha, que conquistou bons amigos na série e milhões de espectadores fora dela?


As dores e as delícias da autenticidade e o que podemos aprender com Wandinha


Ser quem a gente é custa caro, mas o preço compensa.
Respeitar seus gostos, estranhezas e limites pode até ser mal visto por uns, mas é libertador.

As expectativas dos outros é problema… dos outros.
Ao longo da série, Wandinha “decepciona” muita gente. E isso acontece porque essas pessoas depositam nela expectativas que são desconexas com quem ela é. As expectativas sempre refletem quem as cria.

Sempre vão ameaçar mulheres com a solidão.
Por isso, não temê-la é libertador. A ameaça perde força e você não “faz de tudo” pra não acabar só.

Não viver para agradar é um bom filtro para ter relações melhores.
Isso não evita todas as relações ruins, mas te dá ferramentas para não ser enganada por muito tempo, algo que também vimos na série.

Autenticidade respeita autenticidade.
Wandinha não precisa “se adaptar” aos seus amigos, e não espera que eles façam isso.
Enid e Eugene são exemplos.

Siga sua intuição, mesmo que você erre às vezes.
Melhor errar por você mesma do que estar sempre
suscetível às manipulações e opiniões alheias.
Gaslighting, a manipulação que faz mulheres parecerem loucas mesmo quando estão certas, é uma arma pouco poderosa para quem ouve os próprios instintos.





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27 anos, nordestina em SP, publicitária graduada e pós graduada pela USP, escritora e apaixonadíssima por moda, cinema, viajar e sorvete. Fico entediada bem rapidinho com as coisas, então, costumo fazer várias ao mesmo tempo. Vivo à procura de encanto.

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