Reflexões sobre amor e mulheres a partir da leitura de “Oi, sumido”, lançamento da Editora Intrínseca.
Quem gosta de dicas de livros escritos por mulheres, com personagens femininas bem escritas e histórias envolventes?
A história que inspirou a lista
Nina está no auge da sua carreira: um best-seller, comprou um apartamento e está prestes a lançar seu segundo livro.
Solteira há um tempo, ela decide baixar um app de relacionamentos. Já no primeiro encontro, conhece Max. Eles se apaixonam, começam um relacionamento e tudo está massa, até que Max some (o famoso “ghosting”).
Amor, amizade, família, memória e expectativas: a leitura de “Oi, sumido” é gostosa, mas toca em questões profundas.
A seguir, reflexões sobre amor e mulheres que o livro traz maravilhosamente bem.
Existem muitos amores.
Amor de pai, mãe, amigas, irmão.
Amor ao trabalho, por animais, pela arte.
Amor próprio, amor pelo esporte, amor por um propósito.
O amor romântico é só um tipo de amor.
É bom se lembrar disso para não cair na armadilha de pensar que a única forma de ser amada é sendo esposa ou namorada de alguém.
A relação de Nina com o pai, sua amizade com Lola, a conexão com Joe são pontos altos das histórias de amor que se entrelaçam no livro, muito além de um namoro.
Dependência ≠ amor.
“NÃO CONSIGO VIVER SEM VOCÊ” só é uma frase romântica nos livros e filmes.
Na vida real, depender de alguém é o passo zero para relacionamentos pouco saudáveis, geralmente regados à idealização do outro, que é colocado em um pedestal.
O ideal romântico é tóxico para mulheres.
O “felizes para sempre” feminino é o casamento.
O grande objetivo das mulheres deve ser o amor.
Depois dos 30, é tarde demais para a mulher achar alguém.
Elas devem investir tempo, suor e sangue para serem Escolhidas™.
Todas essas ideias, que parecem tão antiquadas, estão em todos os lugares – dos conselhos familiares até a novela das 7 – e constroem um ideal amoroso totalmente nocivo, etarista e cruel para mulheres.
ESSES QUESTIONAMENTOS E REFLEXÕES SÃO ALGUMAS DAS MELHORES PARTES DO LIVRO.
Silêncio também é resposta.
A atitude de sumir sem dar explicações ou terminar uma relação pode ser chamada de ghosting.
Uma das partes mais dolorosas de quem fica quando a pessoa some é a sensação de não ter um final. É um fim sem fim, uma pergunta sem respostas que assombra quem não consegue entender o que aconteceu. Fui eu? Será que acabou mesmo? A pessoa vai voltar?
TUDO ISSO É HORRÍVEL, CLARO.
Mas a verdade é que silêncio também é resposta. O fim silencioso também é um fim.
É uma verdade difícil, mas é melhor do que continuar esperando uma explicação que não virá.
Valorize suas amizades.
A mesma cultura que supervaloriza o amor romântico ensina que as amizades se mantêm sozinhas, ou com o mínimo esforço possível.
Enquanto isso, “Oi, sumido” exalta, capítulo a capítulo, a ideia de investir tempo, afeto e esforço nas amizades. É lindo cultivar outras relações além da romântica.
Solteirice não é fracasso.
“Solteira? Coitada…”
“Aposto que está solteira porque…”
“Feliz no trabalho, mas sozinha…”
“Tão bonita! Por que será que não arruma alguém?”
Relacionamento amoroso não é sinônimo de sucesso.
Nem todo mundo quer namorar.
Casar não é requisito para ser feliz.
Tudo isso deveria ser óbvio, certo?
Mas ainda não é. Não quando mulheres solteiras seguem sendo julgadas, avaliadas e aconselhadas o tempo todo.
Se as reflexões te interessaram, confira a minha dica de leitura do mês:
“Oi, sumido“, de Dolly Alderton, a mesma autora do best-seller “Tudo que sei sobre o amor”.
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