Coisas impressionantes da última semana que podem te interessar

VER: Dolce&Gabbana Primavera 2016
Foto:

Sob os motes “Italia is Love” e “Amare Se(lfie) Stesso”, a dupla Domenico Dolce e Steffano Gabbana colocou modelos tirando selfies por todo o percurso da passarela em sua última coleção, direto da Semana de Moda de Milão. Homenagem a uma Italia contemporânea que não perdeu seu tempero tradicional, o desfile contou com uma feira de rua como cenário e estampas claramente alusivas aos souvenirs kitsch das principais cidades italianas. Capri, Roma, Verona, Amalfi, Pisa foram somente algumas que vieram estampadas em meio a monumentos históricos, símbolos locais e bordados floridos. Isso sem falar nos acessórios, desde óculos gigantes a brincos e colares de limões. Lembra muito aquela distante Primavera 2012, com os brincos que imitavam massa e as estampas de frutas. Não merece nem tanto falatório. É mais legal ver.


The Windsor Star.

OUVIR: A Mulher do Fim do Mundo – Elza Soares

Eu dei play e voltei umas dezenas de vezes em cada música. Foi lançado nesta última semana, dia 3 de outubro, com dois shows sábado (3) e domingo (4) no Ibirapuera que eu não sei como perdi. Só a capa já seria espetacular, mas Elza foi além e misturou samba com guitarras de rock, no que os músicos definiram “samba punk” numa entrevista no programa Metrópolis. “Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim/ Pra cima de moi, jamé, mané!“, canta a carioca contra o machismo e ainda berra na primeira faixa: “Me deixem cantar até o fim”. Deixaremos. Imploramos que não pare. (Ainda não ouvi o álbum inteiro porque resolvi deixar as do fim para ouvir daqui a algumas semanas; quero aproveitar as primeiras faixas ainda).

LER: Budapeste – Chico Buarque

Assusta por ser tão normal. O personagem principal tem desinteresse, ciúme, comete absurdos e sente ódios e amores deslocados. E a franqueza dele com o leitor é tanta, que deixa a gente até meio envergonhado. É daqueles incômodos que gostamos de ter secretamente, porque nos vemos ali, em alguma medida, e buscamos algum tipo de ajuda na vida trivial de José Costa. Entre Budapeste e Rio de Janeiro, ele se mete em besteira, se apaixona e desapaixona, sente saudades, trabalha, congela na calçada sem um tostão no bolso e conhece intelectuais decadentes da capital húngara, sempre fumando seu Fecske. Não seria de espantar que Chico pudesse enganchar tudo tão bem, mas espanta mesmo assim. Não demorei nem duas semanas para ler tudo e a edição é linda e gostosa de folhear. Mas é daqueles de ler mais de 3 vezes em épocas diferentes, pra fazer bem. Ah, e eis que comecei a aprender húngaro.

Körösön! :¬)

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clara-fagundes-pesquisadora-do-futuro.jpg

27 anos, nordestina em SP, publicitária graduada e pós graduada pela USP, escritora e apaixonadíssima por moda, cinema, viajar e sorvete. Fico entediada bem rapidinho com as coisas, então, costumo fazer várias ao mesmo tempo. Vivo à procura de encanto.

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