☀️Sinceridade desnecessária + guia prático ☀️
Este será um texto sincero, eu prometo, mas nada grosseiro. Um texto para quem também acredita que sinceridade não é desculpa para indelicadeza, maldade ou intromissões desnecessárias. Não sei quando isso aconteceu, mas aconteceu: a desculpa da “sinceridade incontrolável” virou um passe livre para julgar, destratar e humilhar outras pessoas. E, simples assim, a virtude virou uma arma. Pois eu cansei das frases que pregam a liberdade de expressão acima de tudo, num tom de “me desculpe se sou sincera e você não aguenta”, “não tenho culpa se você se ofendeu” e “hoje em dia não se pode falar mais nada”. Não, sinceridade não é grosseria.
Eu só consigo pensar no quão prepotente é alguém achar a própria opinião tão, mas tão importante, que precisa ser compartilhada, mesmo ofendendo os outros, sem razão alguma, além de: “é que eu sou sincero mesmo”. Cada um é, sim, responsável pelo sentimento ruim que causou no outro se a sua opinião grosseira sincera não foi solicitada. A comunicação é uma via de mão dupla: se o que falamos machuca o outro, é claro que isso é de nossa responsabilidade.
Mais do que isso: vivemos em sociedade e precisamos entender que a nossa opinião não é uma verdade absoluta. O que achamos feio, outros acharão lindíssimo e o que achamos gentil, outros acharão patético. Feliz ou infelizmente, navegamos todos os dias em meio a achismos e certezas ambíguas. Portanto, é muito importante entender a nossa opinião pelo que ela é: um possibilidade, entre tantas. Sendo assim, a sinceridade que ofende gratuitamente é petulância, e esse orgulhoso “falo na cara mesmo” pode muito bem ser só enfiar o bedelho onde não fomos chamados mesmo.
Não me entendam mal, sou fã de sinceridade. Mas isso não me dá o direito de derramar nos outros os meus pitacos como se fossem verdades inquestionáveis – e eu bem que queria que fossem, mas não são.
Ainda assim, aprendi muito nessa busca por entender como diferenciar intromissão de sinceridade, opinião de crítica e “excesso de cuidado” de ofensa. Fica aqui um apanhado desses aprendizados de coisas que são, sim, sinceridades, além de um guia rápido com 4 perguntas para distinguir sinceridade de grosseria na prática.
☀️ Algumas coisas que são, sim, sinceridade:
Não sair com alguém, mesmo sem querer, só porque a pessoa te convidou.
Não ser amigo de alguém que você desgosta.
Seguir os seus próprios valores morais.
Não elogiar o que você acha feio.
Não “dar uma chance” a alguém só porque todo mundo acha que você deveria.
Não escolher um curso “seguro” quando o que você deseja é seguir o seu coração.
Defender o que você acha certo, mesmo se te acharem exagerado por isso. (Quem oprime geralmente acha.)
Não fingir sentir prazer, alegria ou saudade, mesmo que isso decepcione alguém.
Não criticar apenas pelo gostinho de criticar.
Não fazer juras de um amor que você não sente e nem dizer “vamos marcar mesmo” para quem você não quer ver.
Dar a sua opinião, quando relevante e/ou solicitada, sem agressividade.
Avisar às amigas sobre a alface no dente, o papel higiênico colado no sapato e a roupa às avessas.
Não guardar rancor e informar imediatamente à pessoa quando algo te incomoda.
☀️ Tutorial para diferenciar sinceridade de grosseria em 5 passos:
1. Pergunte-se: “Alguém se referiu a mim? Se sim, essa pessoa pediu a minha opinião?”
2. “O que a pessoa está fazendo ou falando me atinge diretamente?”
3. “O que a pessoa está fazendo ou falando ofende ou humilha outra pessoa?”
4. “Eu me chatearia se essa mesma pessoa falasse para mim o que eu quero dizer, mesmo se ela estivesse certa?”
5. Faça as contas. Se a resposta for não para mais de uma dessas perguntas, o que você está pensando em dizer não é sinceridade, é só maldade ou intromissão mesmo.
Simples, né?
O que vocês acham? Concordam?
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