Que mulher é digna de amor? Uma reflexão sobre afetos

“Em quem eu penso quando imagino uma mulher que é digna de amor?”

Você já parou para pensar por que gosta do que e de quem você gosta? Acredita que seus afetos e preferências são individuais?  

Uma das nossas maiores ilusões é que emoções, gostos, opiniões, preferências são unicamente nossos. A verdade é que aprendemos desde crianças o que é bonito, certo, interessante, quem merece amor, proteção e cuidado – e quem não.

UMA REFLEXÃO SOBRE AFETOS

Afeto, amor e desejo entram nessa mesma lógica.

Crescemos vendo Cinderela e Aurora serem escolhidas por príncipes unicamente por sua beleza – branca, loira, eurocêntrica, magra. Vendo as mocinhas brancas e “delicadas” das novelas, séries, comédias românticas serem sempre as escolhidas, amadas, mais lindas. 

Em casa ou na rua, mulheres escutam: 

“Se ela não se cuidar, vai morrer sozinha.”

“Ela tem uma beleza exótica, diferente da clássica.”

“Gorda assim, nenhum homem vai te querer.”

“Coitada! Nessa idade e ainda solteira.”

“Homens são visuais, a aparência é tudo.”

Assim, entendemos que:

O amor, para mulheres, é uma conquista da beleza. E a beleza é branca, magra, cis, jovem, de cabelos lisos e nariz fino. 

Então, embora nenhuma mulher realmente atenda ao padrão de beleza (porque ele é inalcançável), quanto mais distante dele estiver, menos ela será alvo de amor e afeto.

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27 anos, nordestina em SP, publicitária graduada e pós graduada pela USP, escritora e apaixonadíssima por moda, cinema, viajar e sorvete. Fico entediada bem rapidinho com as coisas, então, costumo fazer várias ao mesmo tempo. Vivo à procura de encanto.

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