“Não sou machista, mas…”

o machismo nosso de cada dia

Sabe aquela atitude machista do dia a dia, que tantas vezes passa batido, até entre pessoas que juram ser aliadas? Ou aquele tipo de fala que poderia vir depois da famosa frase “não sou machista, mas…”? Leia o post na íntegra e seja capaz de identificá-la!

“Como você é inteligente! Ganhou pontos comigo!”

Ah, o sistema de pontos masculino…
Vamos decifrar essa fala?

“Como você é inteligente!” >> “Eu imaginei que você não fosse e quero que você saiba disso”.

“Ganhou pontos comigo!” >> “Do alto da minha arrogância, eu te parabenizo e ofereço a valiosa aprovação masculina que você precisa.” 

O elogio pode variar, mas a lógica costuma ser a mesma.

“Mulher é melhor nessas coisas, mas eu ajudo!”

Por que recai sobre as mulheres a gestão do lar, dos filhos, do relacionamento?

O papel de ajudante é conveniente, principalmente quando mascarado por elogios. “Ah, elas são melhores nisso, mais cuidadosas, responsáveis, organizadas.” Será?

Ou será que os homens guardam a proatividade e a liderança para os trabalhos que são reconhecidos e remunerados? Para as mulheres, então, sobram essas jornadas extras… invisíveis.

“Mulher tem que se dar ao respeito”

Hmmm… não.

Toda mulher merece respeito, sem precisar mudar nada ou  seguir uma cartilha específica para isso. 

Respeito não é um prêmio que precisamos conquistar com esforço e bom comportamento.

“Mulher pra casar”

Dos mesmos criadores de “mulher tem que se dar ao respeito”, a “mulher para casar”.

A mulher para casar sabe cuidar da casa, seria uma ótima mãe, não faz coisas consideradas vulgares e, por isso, merece o prêmio final da felicidade feminina – o casamento.

Mesmo com algum esforço, é difícil encontrar interpretações positivas para esse “elogio” que descaradamente compara e julga mulheres.

“As feministas exageram, hoje em dia
nem precisamos mais de feminismo”

As pautas feministas: Emancipação feminina, equidade, representatividade na política, na justiça, na mídia e no mercado de trabalho, fim da violência doméstica, da cultura da pedofilia, da cultura do estupro e da maternidade compulsória, direito de ocupar espaços públicos sem medo, liberdade sobre o próprio corpo e a própria sexualidade…

É… Muito exagero!

Não precisamos mais de feminismo mesmo (ironia).

“É uma menina madura pra idade!”

… disse o homem adulto sexualizando  ou culpabilizando uma menina.


Por que homens são infantilizados e meninas são adultizadas? Por que é tão comum vermos casais heterossexuais com homens muito mais velhos? Porque o patriarcado, o sexismo e a cultura da pedofilia andam juntos.

Esses homens buscam uma parceira? Não, eles buscam poder. Meninas são mais fáceis de dominar e manipular do que mulheres adultas.

Reclama por “estar na friendzone”

Friendzone não existe.

O que existe? Uma pessoa estar interessada e a outra, não.

Nenhum homem merece uma chance romântica, sexo ou um prêmio por ser amigo de uma mulher.

Se ele reclama de friendzone só porque a amiga não quis algo mais… Então, talvez nem existisse amizade para início de conversa.

“Hoje em dia *tudo* é assédio!”

… disse o cara que só queria assediar sem sofrer nenhuma consequência por isso.

 
“Hoje em dia, tudo é assédio”? Não. Sempre foi assédio, mas finalmente as pessoas estão falando sobre isso.

É chato ser visto como assediador por coisas que você sempre fez? Talvez. Mas com certeza é mais chato ser assediada.

Infelizmente para esses caras e felizmente para nós, eles terão que se adaptar e melhorar – não o contrário.



Você já ouviu ou passou por alguma dessas do post? Qual te irrita mais? Me conte aqui embaixo!

“Não sou machista, mas…” 🗣 complete e compartilhe, ajude as pessoas a repensarem o machismo no dia a dia. 🧙‍♀️

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clara-fagundes-pesquisadora-do-futuro.jpg

27 anos, nordestina em SP, publicitária graduada e pós graduada pela USP, escritora e apaixonadíssima por moda, cinema, viajar e sorvete. Fico entediada bem rapidinho com as coisas, então, costumo fazer várias ao mesmo tempo. Vivo à procura de encanto.

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