As impostoras que (não) somos, o sucesso feminino e… Mulheres são só corpos?

O sucesso feminino, nossos corpos e os absurdos que ouvimos sobre Marília Mendonça nesse mês de novembro. 🤯

“Há 3 semanas, que estava com as 3 no palco, magrinhas…”

“Nunca foi uma excelente cantora. Seu visual também não era dos mais atraentes. Marília Mendonça era gordinha e brigava com a balança. Vinha fazendo um regime radical (…). Ela se tornava também bela.”

“Ela fez tanto para chegar nesse shape lindo físico, né? Que ela emagreceu, fez tudo… pra criar um caminho que fizesse sentido com esse vozerão.”


Marília revolucionou o sertanejo e abriu portas para muitas outras. Era uma compositora e cantora de sucesso. Querida por milhões. Ela também era mãe, filha, amiga, sobrinha.

Marília era uma mulher. Os comentários que vimos sobre ela escancaram opressões tão naturalizadas nas pessoas que elas reproduzem até em situações absurdas como em “homenagens” póstumas.

Mulheres são só corpos. 

Independente de quão bem sucedidas forem, nunca “serão tudo isso”. 

O mesmo cara que diz que Marília “não conheceu o fracasso” diz que “nunca foi uma excelente cantora” e a compara a Roberto Carlos. Ana fala que o emagrecimento “criou um caminho que fizesse sentido com o vozerão”

Qual a importância de uma dieta diante de tudo que Marília fez? Essa crueldade não é acidental e nem exceção. Ensina que mulheres nunca serão bem sucedidas ou boas o bastante. Que, para o nosso sucesso “fazer sentido”, para ser “merecido”, sempre falta algo. 

Falta emagrecer. Falta ser mais experiente. Falta ser mais jovem. Falta casar. Falta ser mãe. Falta… não ser mulher.

E também nos ensina que nunca deixaremos de ser julgadas, nem após a morte. 

O sucesso feminino nunca se basta.

É “sorte” ou precisa da comparação.

Está sempre à prova e os juízes, muitas vezes, são homens brancos medíocres. Uma mulher, por mais *extraordinária*, terá seu sucesso diminuído e relativizado. Inclusive, por parâmetros que nada têm a ver com suas habilidades, mas com a aparência ou a caixinha da “bela, recatada e do lar”. 


Quem aqui se sente impostora? Alguém que não merece as próprias conquistas e julga os próprios erros com punho de ferro? Será que nós *inventamos* essas inseguranças? 🤷🏽‍♀️ Me conte sua opinião nos comentários!

Compartilhe esse post e ajude mulheres a refletir e se libertar dos padrões impostos.

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27 anos, nordestina em SP, publicitária graduada e pós graduada pela USP, escritora e apaixonadíssima por moda, cinema, viajar e sorvete. Fico entediada bem rapidinho com as coisas, então, costumo fazer várias ao mesmo tempo. Vivo à procura de encanto.

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