Como planejar um mochilão, parte I!
Todo dia o mesmo guia, mas vou tentar não ser repetitivo e compartilhar o que eu realmente faço antes de viajar, de mochilão ou não, seja pro Rio de Janeyro ou pra outro planeta. Sou daqueles que cresceram ouvindo falar em globalização e, por isso, pegaram gosto por entender o que acontece longe da sua zona de conforto. Aí fui me metendo em intercâmbio, viagem pra ver não-sei-o-quê não-sei-onde, viagem de família com comilanças 24 horas por dia, viagem sozinho-zinho, viagem com mais 10 e por aí vai. Acabei aprendendo algumas coisas que vou compartilhar aqui. Agora dá o play na minha música pré-viajar – de mochilão ou não:
I can sense it, something important is about to happen, it’s coming up…
EDIT: Para ler a parte 2 da série “Como planejar um mochilão”, clique aqui.
1. Faça as pesquisas de passagem no modo anônimo
Você pesquisa mil vezes a mesma passagem aérea e OH ela está aumentando de preço. Sim, há mecanismos que detectam que você está doid@ desesperad@ e vão manipulando o preço. Para evitar maiores complicações cardíacas, põe no modo anônimo e vai. De busão costuma ser mais fácil, basta catar o site da viação que levar-te-á aonde queres. Aliás, tem o ClickBus. Ele é tipo o Decolar de busões.
2. Pesquise bem
Sites que eu uso: Decolar, Skyscanner, E-dreams (crie alertas nesses sites para que eles avisem quando o destino que você está de olho tiver alguma promoção) e agora tem o novíssimo Google Voos. Para voos dentro da Europa, as companhias aéreas lowcost Ryanair, EasyJet e Vueling; baratíssimas, mas tem uma taxa adicional para despachar bagagem se você comprou pela tarifa mais barata. Desse modo, é permitido levar uma só mala de mão, o que é bem difícil no inverno, por exemplo (mas dá, juro que dá, basta arrumar direito). No Brasil, se eu não vou de busão (a viação Expresso Brasileiro, por exemplo, te leva de SP ao RJ confortável e economicamente), eu prefiro Azul sempre. Eles ainda dão bolachas e água. Eu preciso de bolachas e água durante um voo. Ah, o Melhores Destinos e o Passagens Imperdíveis publicam frequentemente várias promoções, que você pode fisgar baixando os aplicativos desses dois sites e recebendo notificações no seu celular. Para destinos complicados, use o Rome2Rio, que é um GoogleMaps+preço dos trechos. Entre e explore by yourself.
3. Passagens compradas, onde dormir?
Se você não tiver nenhum amigo que te ceda um sofá, há diversos tipos de acomodações. Não vou falar aqui das mais fáceis (HOTÉIS), vamos às mais trabalhosas. Na América Latina e na Europa há bons hostels por preços muito amigáveis (vou deixar lá embaixo uma lista de alguns que eu conheço e que você pode ir sem medo de ser feliz). Nos EUA, acho meio caro (ou é essa cotação?), então aconselho humildemente Airbnb ou Couchsurfing.
Pois bem, vamos devagar.
3.1: O que é um hostel? Como pesquisar?
Hostel é um albergue, onde geralmente dormem jovens em quartos geralmente compartilhados. O preço costuma ser bom e o ambiente, descontraído e goxtoso pra conhecer gente nova e just explore.
Veja no Tripadvisor ou no HostelWorld o ranking de cada cidade e os comentários. Dá pra selecionar muito bem a partir daí. Nessa pesquisa, leve em consideração as suas limitações e exigências. Eu, particularmente, busco um bom café da manhã, banheiro com pouco perrengue (em Londres já peguei um com 001 banheirão por andar e ele me deu histórias engraçadas) e BOA LOCALIZAÇÃO. Não adianta ser 5 estrelas e ser lá depois da ponte depois da selva depois dos limites do continente. Quanto ao quarto, já fiquei em quarto de 4 e de 12 pessoas: muda pouco. Combinem a hora de apagar a luz e fazer silêncio. Tive experiências incríveis, tipo dormir em uma casa colonial em Paraty, estar no meio do safadinho De Walletjes de Amsterdã, na loucura da Cidade Baixa em Porto Alegre ou acordar olhando para a Casa Batlló em Barcelona.
Janelas.
3.1: O que é Airbnb? Como pesquisar?
Airbnb é um site de pessoas que alugam um quarto de suas casas por um preço geralmente mais barato que um hotel. Fora essa vantagem, é muito legal ter os conselhos de um local quando você quer turistar. Em Atenas, fiquei na casa de um cenógrafo hipertalentoso que estava desempregado por causa da crise e passou a ganhar dinheiro com o Airbnb. Tem dessas :/
O site é uma belezura de lindo e fácil, não tem muito que explicar. Se cadastra lá e escolhe os filtros que você quer: preço, localização, data. Bate um papo com os ‘anunciantes’ e seleciona. Você paga para reservar e o dinheiro só é liberado 1 dia depois que você chega no lugar. É seguro e descomplicado.
3.2: O que é Couchsurfing? Como pesquisar?
Couchsurfing é um site que conecta pessoas que viajam com pessoas que recebem viajantes em seus sofás DE GRAÇA (that’s what I’ve said DE GRAÇA). Já fiz várias vezes e acho incrível. Tenho amigos que já hospedaram e foram hospedados e a frase é sempre a mesma: no mundo tem mais gente legal do que gente má.
Faça seu perfil e preencha muito bem, afinal essa vai ser a ‘triagem’. Quanto mais vocês souberem sobre vocês, mais chances se tem de ser só alegria. Bota lá músicas, filmes, atividades que você gosta, as línguas e países que você conhece, se joga. Aí vai pra pesquisa: geralmente EU DISSE GERALMENTE há grupos que se facilitam entre si. LGBTs que recebem LGBTs, mulheres que recebem mulheres, estudantes que recebem estudantes. Não é impossível que não role se não houver ‘compatilbilidade’, mas eu já percebi empiricamente que é mais fácil quando é assim. Lá na pesquisa, dá pra filtrar por gênero, palavra chave, idade, etc. Go for it. Manda uma mensagem se apresentando e espera.
David, meu host do Couchsurfing.
ANEXO 1: Código de ética Couchsurfing
Eu tenho meio que um código de ética porque eu gosto de ter códigos de ética. Funciona assim: no Couchsurfing, você não está pagando por aquele espaço e pelo ‘serviço’ daquelas pessoas. Isso significa que tudo o que acontecer de legal são gentilezas gratuitas e humanas muito lindas e honráveis. THAT’S WHY eu sempre levo alguma coisinha para ‘recompensar’. Já levei tapioca, já levei sabonete Phebo (é tão bom e lindo) e por aí vai. Não é pra ‘pagar’, é só pra dizer que você se sente grato e pra criar uma certa reciprocidade. Money can’t buy. Afinal já fiquei colado no Central Park ou numa escola ocupada no norte de Bruxelas. Merece uma tapioca.
ANEXO 2: Sobre medo
Sim, é amedrontador. Ainda mais se for sozinh@. Apavora por ser algo muito complexo, com várias coisas que podem dar errado – e dão. Aliás, haverá coisas que geralmente vão dar errado nas primeiras vezes, mas depois você vai sacar e não vai esquecer novamente. A prática começa a anular todo o perrengue e depois de um tempo você se vê fazendo tudo sozinh@ na maior naturalidade. Quando a curiosidade é maior, o azar passa despercebido e a novidade de tudo ao redor é mais importante. E você já sabe mais ou menos o que fazer. Meninas, conheçam esse grupo.
tá
É sobre esses pequenos detalhes práticos que eu quero falar, mas já tá muito gigante e eles merecem um post só pra eles. Comentem aqui que eu já volto.
Lista de alguns hostels que eu conheço e que você pode ir sem medo de ser feliz:
St Christopher’s at the Winston – Amsterdam: tem bar e balada com descontos para hóspedes, é limpo, dá sabonete e shampoo. Quer dizer, um luxo total. Não é dos mais baratos, mas cuidado com os baratíssimos que na região tem cada perrengue…
Porto Alegre Eco Hostel: esse é muito tri e fica na Cidade Baixa/ CEBÊ, do ladinho da Redença (bá, mas vai pesquisar se tu não conhece, bocó!).
Equity Point Centric Barcelona: acho que também tem shampoo e fica d-o l-a-d-o da Casa Batlló. Si us plau, né.
Lemon Spirit Hostel Rio de Janeiro: colado na praia do Leblon, limpíssimo e serve caipirinha free na festa de sábado. Todas as minhas exigências preenchidas.
The Yellow Hostel Roma: nunca fiquei hospedado mas já tomei muitos gin tônica no bar. Muitos. E fica perto da Termini, estação central de Roma.
*apertem os cintos*
A parte 2 dessa série já saiu, clique aqui para conferir! 🙂
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Fotos: minhas.