uma #AnálisePop sobre as guardiãs: mulheres que defendem homens a todo custo.
Cunhei o termo Guardiã de Homens™ para nomear a cria e embaixadora do patriarcado: a mulher que sempre defende e protege homens.
Hoje, trago 2 exemplos de guardiãs que viralizaram na última semana, mas que estão em todo lugar.
As guardiãs:
– Aumentam erros de mulheres, diminuem ou infantilizam erros de homens.
– Vêem homens como coitadinhos e mulheres como manipuladoras, interessadas em corromper a ingenuidade masculina.
– Sentem orgulho de “não se dar bem com as outras mulheres” e terem amigos, não amigas.
– Adoram questionar as vítimas e culpá-las.
por “destruir a vida do cara” quando elas denunciam qualquer tipo de violência.
– Confiam cegamente na palavra masculina e desconfiam da feminina com igual facilidade.
Elas estão em todo lugar. Quem nunca conheceu uma guardiã de homens… provavelmente, é uma.
As guardiãs da semana
As guardiãs de homens estão nas redes sociais, no trabalho, na sala de aula, na família.
Elas também estão nos filmes, séries, novelas, livros e, claro, nas manchetes. Nesta semana, duas guardiãs viralizaram.
A primeira, Lívia Andrade, atual namorada de Marcos Araújo. A segunda, a vizinha de Juliana Kulpa (a seguir).
Marcos é o dono do VillaMix, beneficiado imensamente pela cultura da pedofilia. Aos 38 anos, começou a “namorar” com Pétala, que tinha apenas 14. Hoje, ele tem quase 50.
Ela, aos 21, libertou-se do relacionamento e denunciou o ex por violência doméstica, abusos psicológicos e tudo o que é esperado de um homem de meia idade que se interessa por meninas em idade escolar.
Lívia entrou em cena, cumprindo todos as funções da guardiã de homens: vitimizar e defender Marcos Araújo a todo custo, questionar e vilanizar Pétala.
A sua atividade como guardiã foi tanta que muitas notícias sobre ela sequer o citam como vilão. Ela se tornou uma barreira protetora do namorado denunciado.
Quem também se posicionou para proteger um coitadinho foi a vizinha de Juliana Kulpa. Ela deixou um bilhete bem Guardiã™, solicitando que a confeiteira “tivesse decência” e “não transitasse de sutiã” em sua própria casa porque o marido dela trabalha em home office.
Ahhh, as guardiãs de homens…
É. Eu sei. As guardiãs de homens não têm limites.
Paradoxo das guardiãs
No fundo, as guardiãs acreditam que são “diferentes das outras”. Como elas os protegem com unhas e dentes, esperam receber o mesmo tratamento se um dia for preciso.
O que não percebem é que, enquanto a socialização feminina ensinou mulheres a defender homens e rivalizar umas com as outras… A socialização masculina os ensinou a se protegerem entre si e descartarem mulheres.
Mesmo a guardiã mais Guardiã™ nunca será “um dos caras”. Ela sempre será uma mulher. Por isso, são embaixadoras do patriarcado. Servem como barreiras e tokens para homens que não fariam – e nem farão – o mesmo por elas.
Ou um homem como Marcos jogaria o nome na lama para proteger a honra de Lívia, mesmo quando tudo indicasse que ela agrediu e abusou de alguém 20+ anos mais novo?
Não seja uma guardiã de homens
reflita e repasse!
1. Homens protegem outros homens.
2. Mesmo a guardiã mais Guardiã™, nunca será “um dos caras”. Você também pode ser vítima de machismo e se errar, será julgada como mulher, não como homem.
3. Não se dar bem com mulheres e só ter amigos homens não é um orgulho. É mais provável que seja resultado de rivalidade feminina.
4. Mulheres não são mais manipuladoras. Homens adultos não são meninões.
5. O “seu homem” não é um bilhete premiado da loteria que todas as mulheres querem “roubar”.
6. Antes de culpar, questionar ou odiar uma mulher, pare e se pergunte:
– Essa desconfiança é justa?
– Se fosse um homem, eu daria uma 2ª chance?
– E se fosse comigo?
Precisamos começar a nos olhar com o amor e o cuidado reservado aos homens
por eles mesmos e por tantas de nós.
Você já conheceu ou foi uma guardiã de homens? Quando pensa em guardiãs, lembra alguma situação específica? Me conte nos comentários!
Compartilhe esse artigo, fale a respeito, convide mulheres a refletir sobre o assunto. 🧙♀️
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